Lutar é uma das coisas que as mulheres aprendem desde pequenas para conseguir realizar conquistas, ocupar espaços. A necessidade de provar e comprovar competências e habilidades, muitas vezes, é constante. Algumas teimam e, nessa teimosia, forjam a resistência e a coragem que as acompanharão na vida adulta.
Na luta pelo direito das trabalhadoras, não é diferente. É preciso teimar, enfrentar o poder dos empresários endinheirados para assegurar que mulheres, maioria na força de trabalho da saúde, sejam respeitadas e tenham salários dignos e direitos minimamente preservados.
“É preciso teimar, enfrentar o poder dos empresários endinheirados para assegurar que mulheres, maioria na força de trabalho da saúde, sejam respeitadas e tenham salários dignos e direitos minimamente preservados.”
A cada ano, os desafios se renovam. As vitórias animam e dão novo fôlego às lutas. Mas são as derrotas, os impasses e os retrocessos que impulsionam a resistência. Não há trégua.
Os patrões, que lucram às custas de um povo adoecido e de uma mão de obra barata, não tem limites. Em 2022, recorreram ao Supremo Tribunal Federal para suspender os efeitos da Lei 14.434, que instituiu, após anos de mobilização e luta, pisos salariais nacionais para enfermeiras, técnicas e auxiliares de enfermagem e parteiras. A enfermagem brasileira ganhou, mas não levou.
No Ceará, foram várias mobilizações, envolvendo a cada atividade, milhares de profissionais, que deixaram seus plantões para pedir valorização, respeito e o cumprimento da lei. Na rotina de lutas, não há espaço para a palavra “desistir”. E é tendo essa consciência, que a enfermagem cearense resiste e está determinada a ocupar as ruas quantas vezes for preciso para exigir respeito e valorização. É só mais uma luta e vamos vencer, comemorar e se preparar na certeza de que novas causas pra lutar sempre virão.
Martinha Brandão
Presidente do Sindsaúde Ceará
Coordenadora da Frente Cearense pela Valorização da Enfermagem